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Custo da Erosão do Solo

Apresentação da Obra



CUSTOS DA EROSÃO DO SOLO

Apresentação Oral-Agropecuária, Meio-Ambiente, e Desenvolvimento Sustentável

TIAGO SANTOS TELLES; MARIA DE FÁTIMA GUIMARÃES.

UEL, LONDRINA - PR - BRASIL.








Resumo da obra



Ao Brasil pertencem cerca de 20% dos solos agricultáveis do mundo (BATISTA FILHO, 2007), um recurso estratégico, não renovável, de alta importância social, econômica e ambiental. Entretanto, a produção agrícola causa vários impactos ao meio, o que representa custos para os indivíduos e para a sociedade. Entre eles, pode-se citar a

degradação de solos, uma das consequências da utilização de métodos inadequados de plantio e manejo (GARCIA et al., 2005). Isto ocorre, principalmente, porque o modelo agrícola brasileiro, baseado na eficiência econômica, visa ganhos indiscriminados de produção (RODRIGUES, 2001).


O manejo inadequado do solo o expõe a fatores intempéricos, induzindo à destruição gradativa de suas propriedades físicas, químicas e biológicas, bem como ao risco de erosão (CASSOL & LIMA, 2003). Além disso, práticas agrícolas inadequadas contribuem para a baixa produtividade agrícola (BERTONI & LOMBARDI NETO, 1999).



A erosão hídrica, principal forma de degradação dos solos no Brasil, é resultante da ação conjunta do impacto das gotas de chuva e da enxurrada que, além de partículas de

solo em suspensão, transporta nutrientes, matéria orgânica e defensivos agrícolas, causando prejuízos à atividade agrícola (BERTOL et al., 2007). A integração desses fatores contribui para o declínio acentuado da produtividade do solo, pelo surgimento de

condições que impedem ou retardam o desenvolvimento normal das plantas.

As perdas de solo por erosão tendem a aumentar, em médio e longo prazos, os custos de produção, pois demandam cada vez mais corretivos e fertilizantes, reduzem o rendimento operacional das máquinas, inserindo dispêndios de práticas para controlá-las

(BERTONI & LOMBARDI NETO, 1999). Esse conjunto de fatores resulta em redução do potencial produtivo deste solo, significando, em última análise, menor valor da terra.

A erosão não é somente um fenômeno físico, mas também um problema social e

econômico. Resulta, fundamentalmente, de uma inadequada relação entre o solo e o homem (PIMENTEL, 1997). Isso porque, o processo acelerado de erosão ocorre quando há alteração do equilíbrio natural entre a perda e a recuperação do solo, potencializando prejuízos, inclusive monetários (BENNETT, 1929). Os custos on-site, por ocorrerem no interior da unidade produtiva, geram um custo direto ao produtor e indireto à sociedade, que podem se ver, no futuro, sem o recurso natural (solo) necessário para a produção de alimentos. E os custos off-site vão gerar externalidades, em relação à propriedade agrícola, que irão incidir diretamente em custos sociais e ambientais.

No caso do Brasil, a avaliação econômica dos danos causados pela erosão à atividade agrícola restringe-se à quantidade física e monetária do volume de solo levado, juntamente com o equivalente-fertilizante, que se referem aos nutrientes contidos no solo carreado.

Marques et al. (1961) se confirmaram como os primeiros pesquisadores a realizar estudos empíricos relacionando perdas geradas pelo processo erosivo a custos econômicos, no país. Como já foi destacado, existem vários efeitos externos associados ao processo de erosão, sendo o mais significativo o assoreamento dos recursos hídricos. O processo de assoreamento reduz a disposição de recursos hídricos para outros agentes econômicos que compartilham do mesmo recurso ambiental. Dessa forma, o processo de erosão causa, indiretamente, por exemplo, o aumento no custo de geração de energia elétrica, o aumento no custo da captação de água para o abastecimento urbano e pode reduzir a disposição de recursos hídricos para regiões que necessitam de projetos de irrigação.

Cerca de 1,5 bilhões de hectares (aproximadamente 10% da superfície terrestre) já

foram irreversivelmente degradados pelo processo de erosão. Além disso, a produtividade agrícola brasileira, de aproximadamente 20 milhões de t ha ano-1, pode ser reduzida a zero ou tornar-se economicamente inviável devido à erosão ou degradação induzida pela erosão (ROSA, 2000).

A partir das perdas de nutrientes, Colacicco et al. (1989) estimaram prejuízos para

o produtor, da ordem de US$0,06 a US$0,37 por tonelada de grãos. Nesta mesma linha, Crosson (1995) estimou valores totais para as perdas de nutrientes, da ordem de US$105 milhões para os Estados Unidos; Cavalcanti (1995), de US$ 1,4 bilhão no Vale do Rio São Francisco; Castro e Valério Filho (1997), de US$ 1,7 bilhão no Estado de São Paulo, contabilizando-se os custos dos nutrientes perdidos pela erosão do solo. Somente no Estado do Paraná, com seis milhões de hectares de área agrícola, o prejuízo por perdas de nutrientes devido à erosão é da ordem de 121 milhões de dólares por ano (DERPSCH et al., 1991). Com base em parâmetros obtidos na literatura e nas perdas de solo, Bahia et al. (1992) estimaram que o prejuízo com as perdas de nutrientes no Brasil é da ordem de 4 bilhões de dólares.


Para a valoração econômica do processo erosivo, normalmente, é utilizado o método custo-reposição (efeitos internos e efeitos externos). O método do custo de reposição (MCR) está baseado na reparação de algum dano aos recursos naturais, podendo ser entendido como uma medida do seu benefício (RODRIGUES, 2005).

Para se realizar a valoração econômica dos efeitos do processo de erosão/sedimentação é necessária uma compreensão prévia dos impactos ambientais causados pelo agente degradante. O processo de erosão dos solos tem basicamente dois tipos de efeitos: internos e externos. Os efeitos internos estão ligados à perda da eficiência da produção agrícola associada ao processo erosivo. Nesse sentido, esses prejuízos são absorvidos pelos próprios produtores rurais, aumentando assim seus custos de produção no médio e longo prazo (GUNTERMANN, 1975). Já os efeitos externos são absorvidos por outros agentes econômicos que sofrem fundamentalmente com o processo, por exemplo, aqueles associados ao assoreamento dos recursos hídricos, sendo que estas perdas não estão incluídas nos custos privados do produtor/degradador (MARQUES, 1998).

Desta forma, os custos internos do processo de erosão deverão ser calculados utilizando-se as perdas de solo por cultura, transformadas em perdas de nutrientes, conforme a composição do solo. Considera-se que toda a perda de terra representa também correspondente perda de nutrientes. Tem-se, assim, a seguinte equação de determinação dos custos internos (adaptada de Pimentel, 1995):


CUSTOS INTERNOS = Σ Qn (Pn) + Ca + (Pp • Qp), onde:


Σ QN = diferentes fertilizantes carreados pela erosão (tonelada);

PN = preço dos fertilizantes ($);

CA = custo de aplicação dos fertilizantes ($);

PP = preço da produção agrícola ($);

QP = redução da produtividade de longo prazo em virtude da erosão (tonelada/ha).


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